Seguidores

SE VOCÊ COMPARTILHAR ALGUMA MENSAGEM DESTE BLOG, FAVOR REPRODUZI-LA EM SUA INTEGRALIDADE, CITANDO A FONTE OU INDICANDO O LINK DA MESMA.

23 de ago. de 2008

RAM – 23 de agosto de 2008

DO SITE AUTRES DIMENSIONS.

Eu sou Ram.
Recebam Silêncio, Amor e Verdade em seus corações, em sua Unidade.

Eu volto a falar, novamente, sobre elementos próprios para iluminá-los, pelas palavras, certamente, mas também pelo silêncio do fim de minha intervenção, do que concerne ao que eu chamei, quando de minha vinda precedente: «a mestria».

A mestria é tudo, exceto controle.
Frequentemente, os seres humanos, quando abordam a questão espiritual e empregam a palavra «mestria» são persuadidos de que devem controlar, por exemplo, os impulsos inferiores, controlar os apetites, os desejos.

O aspirante espiritual vai tentar imitar aquele que ele considera como perfeito, aderindo intelectualmente, afetivamente ou espiritualmente a uma diligência.
Essa diligência pode ser chamada um caminho (por um dos múltiplos yogas, por exemplo).
Pode ser também chamada «Unidade», em outras tradições, como aquela a que vocês nomearam Cristo.

O aspirante vai identificar-se intelectualmente, ou afetivamente, num primeiro tempo, àquele que ele considera como perfeito.
A distância que pode existir entre aquele que ele considera como perfeito e ele mesmo vai conduzi-lo a praticar alguns exercícios pelos quais ele vai tentar controlar os impulsos ditos inferiores.
Mas o controle não é a mestria.

Lutar com o controle contra algumas inclinações faz apenas reforçar essas inclinações, que elas concirnam a coisas agradáveis como desagradáveis, como a necessidade de ingerir bebidas alcoólicas ou a necessidade exagerada de sensualidade.
Tudo isso são controles.

A mestria é um elemento importante, mas, muito frequentemente, é confundida e assimilada ao controle.
Ora, o controle é um exercício mental.

Vocês podem adotar o controle consciente de bom número de coisas, mas, entretanto, isso não lhes permitirá jamais adquirir o que é chamada a mestria.

O controle é uma colocação sob pressão, um rigidez que é imposta sobre a natureza inferior por algo que é também de natureza inferior ou que participa da natureza inferior, ou seja, o mental.

Então, depois, vai-se tentar diferenciar o mental do pensamento, mas o pensamento é raramente uma emanação do Espírito, ele tem tendência a fazê-los crer que ele vem do Espírito.
Mas, o mais frequentemente, o pensamento é gerado pelo mental e, quando vocês têm, na encarnação, belos pensamentos, vocês pensam que eles lhes são sugeridos pela alma, ou pensamentos ditos superiores, mas não é nada disso.

Os pensamentos são sempre emitidos pelo mental.
Aí está porque o silêncio é um elemento capital para aprender a exercer não o controle, mas para deixar aparecer a mestria.

A mestria, contrariamente ao que se poderia crer, não é, absolutamente, um controle, eu diria mesmo que é totalmente o inverso.

A mestria, no sentido espiritual, é morrer para o pequeno Si, porque vocês não podem renascer para outra dimensão sem morrer para o que vocês são.
Isso não é um sofrimento, isso não é algo que é imposto por seu princípio inferior, senão isso será, e continuará a ser, do controle.
É algo que deve nascer espontaneamente.

À força de buscar a Luz, à força de fazer o silêncio, à força de levar sua atenção ao coração ou a outro ponto do corpo, como o Ajna chacra, vocês poderão praticar certa forma de soltar, que é o momento em que um princípio superior vai infundir-se em vocês.
Naquele momento, naquele momento somente vocês tomam consciência de que existe outra coisa que o mental que intervém.
Isso se situa ao nível do que eu chamaria o pensamento luminoso, porque é um pensamento centrado e veiculado pela Luz.

O problema é que a maior parte das pessoas quer substituir a mestria pelo controle.

Então, como se reconhece e se diferencia, do exterior, um ser que está na mestria de um ser que está no controle?
Obviamente, o controle aparenta-se ao poder.
O ser que se controla tem tendência a querer controlar tudo nos outros, porque ele tem a impressão de que é superior a eles.

A mestria é a liberdade total porque, a partir do momento em que vocês começam a entrar na mestria, vocês se apercebem de que existe um modo de funcionar que não vem mais do mental, mas diretamente da consciência pacificada e purificada.
A partir daquele momento, vocês tomam consciência de que essa energia, ou essa Luz é capaz de aportar-lhes muito mais do que lhes aporta o mental, mesmo centrado em coisas tão belas.

Vocês se deixam invadir, naquele momento, pela Luz da felicidade eterna e compreendem, assim que esse primeiro contato se produz, que vocês vão para a Fonte, que vocês poderão reintegrar a casa de sua Luz.

O controle pode apresentar a aparência da mestria, mas os elementos controlados escapam sempre, em um dado momento ou em outro, daquele que o exerce.

A raiva, por exemplo, pode ocorrer muito rapidamente.
Por exemplo, as noções de separação, junto a um ser sob controle, vão manifestar-se, quer dizer que há ele, que é o melhor, e os outros, que são menos bons.
Ele põe, ele mesmo, uma distância incomensurável entre ele e os outros, ao mesmo tempo deliciando-se, obviamente, se está no domínio espiritual, do Amor.
Mas ele não está na mestria, mas no controle.

Ele pode dar a ilusão da sabedoria; ele pode dar a ilusão da Luz, mas, em caso algum, ele é a Luz.

A Luz é compaixão, a Luz é Amor.

Quando vocês estão ao lado de um ser na mestria, vocês devem, inevitavelmente, sentir esse Amor por vocês.
Quando vocês estão frente a tal ser que está na mestria, ele deve fazê-los viver o sentimento de que vocês são únicos e essenciais, mas, também, ainda mais importantes do que ele mesmo.

É o que ilustrava o Cristo, através de suas palavras, em tudo o que ele pôde dizer.
Quando ele lavava os pés dos apóstolos, ele era, realmente, o menor dentre eles.
Ele não desempenhava o papel da humildade, ele era humildade.

Então, aquele que os olha de seu pedestal e que os olha superior aos demais não é um Mestre.
O Mestre é o menor dentre os humanos.
Isso é algo que é capital a integrar em seu mental.

Não há Mestre que não esteja na humildade.
Se humildade está ausente, trata-se de alguém que entreabriu a porta do Despertar e que desviou as energias do Despertar para seu próprio ego e não para a Luz do Pai.

Esses seres são falsos Mestres.
A mestria é humildade, totalmente.
Não pode ser de outro modo.

Quaisquer que sejam as linhagens ligadas à mestria, elas conduzem, necessariamente, à humildade.
A mestria, eu o repito ainda uma vez, é humildade.

Não pode haver mestria sem humildade, não pode haver mestria sem doação total de si.
É isso a doação total de si, e nada mais.

Vocês podem, como dizia, eu creio, o Cristo, distribuir todas as suas roupas, vocês podem ter conhecimento de todos os mistérios, se lhes falta o Amor, vocês nada são.
Aí está o problema, hoje, nesse vigésimo primeiro século que vocês vivem.

No vigésimo século, a Terra foi percorrida, mais do que nunca, por muito numerosos grandes Mestres que prepararam (e que preparam hoje, de onde eles estão) o advento de uma nova era.
Mas lembrem-se, também, do que dizia o Cristo: haverá muitos falsos Mestres, pessoas que procurarão arrastá-los e arrastá-los fora de sua própria mestria, fazendo-se considerar como os únicos Mestres aptos a mostrar-lhes o Caminho.
Isso é uma ilusão e tempo perdido, mas vocês não têm que se preocupar com outra coisa em seu caminho, porque aqueles que fazem o erro, é também uma experiência capital a viver, para compreender isso.

Para nada serve apontar o dedo porque, se vocês apontam o dedo, vocês participam do erro.
Em contrapartida, é-lhes solicitado estar totalmente consciente desse erro e, talvez, aumentando, ainda mais, sua qualidade de silêncio e de irradiação, de tornar-se um exemplo de humildade.

Naquele momento, aquele que os reencontrará um dia, e que tiver reencontrado um Mestre que exercia o controle, poderá fazer a diferença.
Isso é extremamente importante uma vez que, obviamente, nos mundos espirituais e em muitos eventos que se preparam na superfície deste planeta, existe o que se chamam hierarquias, existem dimensões diferentes e há seres que vão intervir desde dimensões diferentes.

Eu emprego intencionalmente a palavra «dimensões diferentes» porque essas dimensões diferentes podem ser manifestações e dimensões da Luz verdadeiramente bem mais elevadas do que a sua.
Mas podem ser também dimensões diferentes bem mais distantes da Verdade, ainda, do que vocês, que buscam, é claro, tomar o controle de vocês, do que vocês são, de seu corpo, de sua essência, de sua divindade.

Para nada serve denunciar, mas vocês devem sentir, no mais profundo de seu ser, o que acontece: seu coração se abre?
Isso lhes propicia a paz, a alegria, a serenidade e aumenta seu próprio silêncio interior?
A única Verdade está nesse nível.
Todo o resto são aparências, e as aparências podem ser enganosas, ainda que seja ao nível de manifestações extraordinárias apresentadas por tal ou tal falso Mestre.

Então, não se deixem abusar nem pelas palavras, nem pelas coisas sensacionais.
Somente é importante a humildade de um ser, de um Mestre.

Quando vocês cruzam o olhar dele vocês sabem que ele os ama e, sobretudo, que vocês são mais importantes do que ele mesmo, porque ele compreendeu que, dirigindo-se a vocês, que não estão ainda Despertos, ele se dirige a uma parte dele mesmo.
Enquanto o falso Mestre não pode conceber isso, porque ele se considera como eminentemente superior.

O verdadeiro Mestre é, ele, inferior; ele é o menor, como Cristo, que dizia «eu sou o menor dentre vocês».

Muitos verdadeiros Mestres pronunciaram essas palavras.
Não confundam o conhecimento das escrituras, das regras energéticas, o conhecimento, mesmo espiritual, com o acesso à mestria e ao Espírito.

As leis espirituais são também conhecidas dos falsos Mestres, que delas usam e abusam em proveito próprio.
O verdadeiro Mestre tem apenas um único objetivo: é que vocês percebam o que vocês são e nada mais.

Aí estão elementos, que me parece capital que vocês compreendam hoje, no que vem para vocês.

Então, caras almas de Luz que vocês são, caros amigos também, como quis dizer, qualquer que seja seu caminho, gostaria de discorrer com vocês sobre essa noção importante e fundamental, além, eu repito, das manifestações energéticas, porque aí está um ponto capital que vocês devem assimilar com seu intelecto e sentir, depois, com seu coração.

Questão: como fazer a diferença entre mestria e controle, em nossos atos?

De maneira muito simples.
Além da energia, além da compreensão mental ou intelectual, assim que vocês abrem a boca, se é para dizer algo sobre alguém que não está ali, vocês estão no controle, vocês não estão na mestria.

A mestria, lembrem-se, é a humildade.
E, como Mestre, quando vocês chegam a esse nível, vocês são os mais humildes.
Não há mais oposição e contradição.

O que quer que viva um ser, que está ali ou não, este está sempre em seu exato lugar.
Não há erro, qualquer que seja.
Tudo está sempre em seu lugar.

Questão: como fazer a diferença entre a humildade e o sentimento de inferioridade?

O sentimento de inferioridade, quando se exerce bastante frequentemente, é um aprendizado da mestria.
Há muitas histórias que circulam nas diferentes tradições a propósito, em especial, da reencarnação.

Perguntam-se porque há tantas reencarnações de reis, de princesas e jamais de mendigos ou de muito pobres.
Um Mestre é sempre a reencarnação de outro grande Mestre, é claro.
Quando eu digo: «é claro», é irônico.

É preciso, efetivamente, compreender que não se vê, jamais, reencarnações de mendigos ou de pobres.
A razão é simples: estes tudo compreenderam, eles não têm necessidade de desempenhar um papel, isso se chama a renúncia.

Então, o sentimento de inferioridade pode também causar desagrados na vida de todos os dias, porque não se ousa dizer, não se ousa fazer, tem-se medo.
A diferença é que a humildade dá-lhes a força, o sentimento de inferioridade desvaloriza-os, mas não os põe na pequenez, porque o medo está presente.

Na verdadeira humildade não há medo, porque tudo está em seu lugar e, a partir do momento em que um ser é humilde, um verdadeiro Mestre, vê outro ser, ele vai considerar aquele como a mais bela das coisas que ele possa encontrar.
Ele se vê a si mesmo, não há mais a mínima distância entre ele e o outro.

Questão: você se apresentou como RAM, mas qual é sua última encarnação?

Isso é difícil a dizer, porque sou a entidade que percorreu uma determinada vida que vocês conheceram, mas tinha também, em mim, a totalidade das encarnações.

Vocês não podem limitar-me a uma forma, porque a dimensão de onde venho está além dessa própria forma que eu tinha em minha última encarnação.

O que eu exprimo está bem além do indivíduo que eu fui em minha última vida, porque eu sou isso e bem mais do que isso.

Eu sou a encarnação total da corrente de RAMA.
Então, como vocês têm necessidade de uma forma, eu encarnei essa totalidade num corpo que foi aquele de RAM SHANDRA, mas vocês podem ver, também, em mim, aquele que eu fui antes.

Não há barreira ou separação ligada a dois corpos presentes ao mesmo tempo, porque há um princípio essencial na mestria, que é a fusão com a linhagem de que falei ontem.

Então, eu sou também o próprio Mestre de mim mesmo em minha última encarnação e, bem mais distante, eu sou RAMA, eu sou RAMA KRISHNA, mas eu poderia dizer também que sou MUKTANANDA.
Eu poderia dizer também que sou SRI AUROBINDO.

Eu sou o conjunto de Luzes que tomaram forma em diferentes formas.
Isso lhes é difícil a compreender, mas, quando vocês são a Luz para além das dimensões da forma, vocês podem habitar em diferentes individualidades que vocês chamam vidas, de tal ou tal pessoa.

Quando Cristo dizia: «eu e meu Pai somos Um», isso não é uma metáfora.
Isso era a estrita Verdade, porque Ele era capaz de encarnar o corpo no qual estava, mas, também, todos os outros corpos.
É um dos maiores mistérios que corresponde à mestria: a Luz que habita o corpo que eu fui é, ao mesmo tempo, a Luz que habita outros corpos.
Trata-se do mesmo Espírito.
Se preferem, é o que eu chamei ontem de linhagens da mestria, da filiação.
Então, vocês podem chamar-me RAM, simplesmente.

Questão: quando você fala de sua última encarnação como RAM SHANDRA, era aquele que se chamaria Babuji ou Lalaji?

Os dois ao mesmo tempo, mas, efetivamente, como Lalaji, vivi por fusão.
Creio que há uma palavra, hoje, que exprime isso em sua linguagem: isso se chama o walk-in.
Eu deixei minha integridade como Lalaji para penetrar e tornar-se Babuji.
Este se fundiu a mim mesmo.

Questão: por quais razões você intervém hoje?

Amar. Irradiar. Servir.
E também prevenir daquilo que lhes falei em relação à noção de linhagem porque, durante os últimos tempos que vocês vivem, haverá muitas, muitas pessoas chamadas, muitas pessoas que vão reencontrar a Luz interior sob a forma diversa do Anjo, da própria individualidade, da própria Essência, da própria Luz interior.

Muitos vão servir-se dessa Luz a serviço do ego. Isso, sabe-se.
Mas outros, numa diligência autêntica, vão tentar aproximar-se de alguns seres que podem parecer mais elevados, mas que, de fato, são mais baixos.
Então, é importante saber isso.

Questão: como evitar essas armadilhas?

Humildade e silêncio.
Silêncio não querendo dizer calar-se todo o tempo, mas querendo, sobretudo, dizer estar à escuta de seu silêncio interior.

Questão: qual é a relação entre mestria e fusão?

A verdadeira mestria conduz à fusão real.
O homem, quando de seu caminho espiritual, vai Despertar, um dia ou outro, iluminar-se.
Ele vai construir seu veículo de eternidade.
Mas, além dessa construção, um dia vai tornar-se necessário fundir não mais com sua Fonte como alma, mas, como Espírito, reencontrar a filiação ou a relação, que não seja verdadeiramente uma relação ou uma filiação, mas a origem de sua própria Fonte, que é a Fonte de sua Fonte.
Naquele momento, o processo não é mais de iluminação ou de Despertar, não é mais, tampouco, realização.
É além.
Isso o faz aproximar-se cada vez mais de sua divindade total.

Questão: a Fonte da Fonte é a Fonte primeira, a Fonte de todas as coisas?

A Fonte Una, em quatro, perfeitamente.
A subdivisão em quatro linhagens é a mesma coisa.

Questão: você tem a intenção de manifestar-se em público?

Se tal for a exigência, sim.
Unicamente em mecanismos espirituais.
Nada, mas absolutamente nada de seu destino na forma concerne a mim.

Questão: pode haver questionamentos sobre os andamentos espirituais?

O andamento espiritual tomará múltiplos caminhos, mas ele se resumirá sempre no mesmo mecanismo: é o retorno para si e nada mais.

Questão: quais são as melhores condições, hoje, do retorno para si?

Silêncio. Humildade. Compaixão.

Questão: o que você pensa da empatia?

A empatia pode tomar diferentes formas, das quais, a compaixão.
A empatia pode ser desviada de sua vocação primeira, ela se torna, então, sedução, necessidade de arrastar o outro em suas crenças.

A empatia é uma arma de dois gumes.

O caminho que é bom é aquele que os preenche de graças.
É o caminho em que todas as coisas que lhes pareciam difíceis tornam-se simples.
É o momento em que não há mais resistências.
É o momento em que se abandona, como vocês a nomeiam, à Divina Providência, que é uma realidade.
É o momento em que se aceita como dizia, eu creio, seu Cristo: «que Sua vontade seja feita, e não a minha».
Nesse abandono, tudo se torna fácil.
É a resistência que é difícil.

Questão: frente a outras pessoas, o abandono parece, por vezes, mais difícil.

Quem lhes pediu para abandonar-se a uma pessoa?
Vocês se abandonam a uma vontade superior à sua, mas que não está absolutamente encarnada numa pessoa, qualquer que seja.

Questão: como se situa esse nível do coração no processo do Despertar?

O Despertar não se situa ao nível do coração.
O Despertar situa-se ao nível da cabeça.

A mestria é a fusão, ligada ao coração, mas não pode haver fusão ou mestria sem Despertar.

Em outro termos, vocês poderão passar múltiplas vidas a meditar no coração, vocês não atingirão jamais o Despertar, porque esse não é o objetivo do coração.

O Despertar, no sentido etimológico, quer dizer «estar consciente de sua Fonte».
A Fonte da Fonte, a mestria, a fusão situa-se ao nível do coração, mas, como vocês querem encontrar a Fonte da Fonte se não encontraram a Fonte, primeiro?

Questão: isso significa que conviria mais começar a meditar na fronte para, em seguida, fazer um trabalho no coração?

Nem um, nem outro.
A característica e a especificidade da época que vocês vivem é uma época diferente nesse sentido, que é o fim do Kali Yuga, o fim da idade sombria.

É a época em que a Luz apresenta-se a vocês e a Luz penetra onde está aberto e, em seguida, seu caminho é descendente.
Então, se vocês meditam no plexo solar, vocês abrem o plexo solar, a Luz vai penetrar no plexo solar e vai descer, para Despertar a serpente, o Kundalini.

Se vocês meditam no coração, o coração vai abrir-se e, então, a energia vai penetrar naquele nível e, por sua vez, descer.

Mas, o que acontece?
A Luz não terá tido ação sobre os chacras situados acima.

Então, o que vai acontecer?
Obviamente, poderá haver, se o aspirante é puro, um Despertar do Kundalini.
Mas as resistências que serão ali encontradas, porque a Luz preliminar do Pai ali não terá passado, ao nível dos chacras do alto, vão criar bloqueios.
E esses bloqueios podem ser terríveis, porque eles podem provocar processos ligados à personalidade que está ainda presente ao nível dos chacras superiores.
A personalidade não está unicamente locada no segundo ou no terceiro chacra.
Ela está presente em todos os níveis.
A meditação sobre um ponto do corpo vai purificar esse lugar e despertá-lo, mas não é o Despertar.

Questão: que dizer quando de caminhos espirituais que convidam a meditar exclusivamente sobre o coração?

Eles são bons caminhos espirituais para abrir o coração.
Mas eles não conferem o Despertar, a iluminação e, ainda menos, a realização.

Vocês viram muitos seres humanos realizados ou atingirem o estado de mestria passando por aí?
Podiam ser caminhos longos, presentes em suas diferentes encarnações precedentes, mas não mais hoje.
Isso era a etapa essencial para viver naquele momento, porque a consciência do ser humano estava centrada no plexo solar.

O fato de levar a consciência ao coração era o caminho o mais nobre, o caminho real.
Esse era o caso durante milênios, mas, hoje, lembrem-se de que a Luz vem bater à porta e a Luz vem penetrar no ponto o mais alto e não no ponto do meio.

O que as individualidades disseram, naquela época, era perfeitamente verdadeiro, mas alguns têm tendência a esquecer de que nós estamos numa época diferente e querem manter esquemas que pertencem a esse passado (não tão passado assim, mas, entretanto, passado).

Questão: hoje é, portanto, mais importante meditar sobre a fronte?

Nem um, nem outro.
Vocês podem meditar num ou noutro, mas é importante meditar na Luz.

Efetivamente, o ponto do Despertar está situado no meio da fronte, mas, depois, ele deve remeter-se à cimeira do crânio.

Mas vocês podem meditar na cimeira do crânio, a consciência não se renderá.
A consciência não se rende a partir do momento em que o ponto de meditação é o plexo solar (o que é o caso de todos os humanos), o coração ou a fronte, ainda menos a garganta.

Há dois pontos essenciais, mas é melhor, entretanto, Despertar o ponto que está na fronte, mas que é um nível muito perigoso, o trabalho o mais potente.
Lembrem-se de que haverá muitas pessoas que viverão o Despertar da fronte, mas que permanecerão bloqueadas nesse nível, porque elas não terão a força (ou a potência ou a vontade suficiente) para remeter o que acontece ao nível da fronte, ao nível do sétimo chacra, a fim de que a Luz possa descer e abrir todos os chacras.

Questão: a intervenção de um Mestre, naquele momento, é importante?

Um verdadeiro Mestre pode, num olhar, sem qualquer ritual, conferir o Despertar.

O que acontece diante de um verdadeiro Mestre?
Vocês terão a vibração de sua fronte, que vai ativar-se.
Vocês sentirão sua cabeça.
Vocês terão o Siddhi, que vai aparecer (ou som da alma).
Aí, vocês estão diante de um verdadeiro Mestre.

Não há necessidade de adorar esse Mestre.
Não há necessidade de prostrar-se diante dele.
Não há necessidade de visualizá-lo.
Aquilo é, simplesmente.
A presença física dele não é mesmo indispensável.
Isso pode produzir-se, simplesmente, pensando.

Questão: será que esse trabalho no coração poderia ser um freio ao andamento espiritual?

Felizmente não, para um ser puro.
Mas, entretanto, um ser que estaria demasiado no controle, reforçaria a noção de poder sobre o outro.

Se vocês efetivamente querem, vamos compartilhar um espaço de silêncio, como ontem, no coração.

... efusão de energia...
___________________________

Compartilhamos estas informações em toda transparência. Obrigado por fazer do mesmo modo. Se você deseja divulgá-las, reproduza a integralidade do texto e cite sua fonte: www.autresdimensions.com.

Versão do francês: Célia G. http://leiturasdaluz.blogspot.com

Um comentário:

  1. Incrível a questão da Mestria. Muitos e muitos se consideram Mestres ou acreditam na existência destes! Este é um dos pontos capitais no contexto das crenças. Mas, onde estaria a verdade disto? O que seria mesmo um verdadeiro Mestre? Esta MSG cuidou de aclarar este assunto, tão pouco compreendido, na maioria das vezes. Dentre tudo o que foi dito, no sentido de melhor situar-se neste território meio que ainda nebuloso, não há como deixar de destacar este parâmetro reconhecido como dos mais valiosos: "O verdadeiro Mestre tem apenas um único objetivo: é que vocês percebam o que vocês são e nada mais".

    ResponderExcluir